sexta-feira, 23 de outubro de 2009

1000 (mil) visitas no DialogosenMercosur

1000 visitas em 55 dias de blog

O mundo se faz de contatos! Sabendo disso, em 1915, noventa e quatro anos atrás, nos meses de outubro e novembro, o nosso americanista brasileiro, o pernambucano Sílvio Júlio de Albuquerque Lima vai ao Uruguai pela primeira vez para participar do Congresso Iberoamericano de Estudantes, na condição de um dos representantes da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro. No Uruguai, Sílvio Júlio conhece pessoalmente José Enrique Rodó, Juan Zorrilla de San Martin, Angel Falco, Maria Eugenia Vaz Ferreira, Manuel Gálvez, Carlos Octavio Bunge, José Igenieros, entre outras figuras ilustres do meio acadêmico platino, configurando, nesse momento, o início de sua rede de contatos latino-americana. Sim, Nós Podemos, disse para si Sílvio Júlio.
Um dos primeiros debates sobre a questão latino-americana que se tem notícia entre Sílvio Júlio e os intelectuais latino-americanos ocorre exatamente nessa viagem ao Uruguai, quando ele próprio afirma que, após as reuniões do congresso do qual participava, reunia-se no Café La Giralda, quase que diariamente, com José Enrique Rodó, Angel Falco e Emílio Oribe para falarem sobre a América.
Anos depois, 1926, quando volta ao Uruguai, Sílvio Júlio descobre que nomes como Euclides da Cunha, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa e até mesmo Machado de Assis eram desconhecidos naquelas plagas. Seu amigo uruguaio Ariosto Gonzáles afirma que aqueles eram apenas nomes. “É raro, raríssimo o intelectual que já lhes leu um livro”. Gostei da informação, afirmou Sílvio Júlio. Era um sinal que estávamos de costas para a América Latina. Bem mais tarde, o intelectual Darcy Ribeiro afirmava o mesmo..
Falta-nos a atitude que Silvio Julio sempre buscou... aquilo que hoje o intelectual chileno Eduardo Devés continua a buscar e a pregar que é a criação, a formação e manutenção de uma teia, de uma Rede de Contatos entre os acadêmicos das universidades.
Temos notado como é difícil construir uma rede de contatos, romper barreiras, quebrar os chamados paradigmas junto ao outro, buscar laços em nossa América Latina, aliás, em nosso próprio país. No entanto, aos poucos, temos conseguido, com muita paciência, a partir da criação de nosso blog DialogosenMercosur, literalmente de mão em mão, fazer contatos, trocar palavras, emails, idéias e, voltando ao início, tecer uma Rede.
Por isso vimos, agora, agradecer aos colegas professores e alunos universitários o número alcançado durante o dia de hoje, que foi a visita de número 1000 (mil). Em menos de dois meses, mais precisamente em 55 dias, nosso blog registra este número. É um número relevante e significativo porque o público que o visita é único e seleto e nossa proposta é, de fato, dar continuidade ao projeto silviojuliano que é, hoje, a proposta do amigo querido Eduardo Devés.
Agradecemos a cada visitante do blog com um abraço apertado. Precisamos, amigos, fortalecer nossos laços através do intercâmbio acadêmico e isso só poderá nascer com a disposição de cada Ser desta América Latina tão amada e querida, independente do que fazem nossos governantes. Devemos lembrar de nosso compromisso, enquanto professores, para com aqueles que são a razão de nosso trabalho, ou seja, os alunos e, a eles, mostrar o caminho correto da produção e envolvimento acadêmico, da intelectualidade e isso não conseguimos sozinhos!

Muito obrigado

Dialogosenmercosur
http://dialogosenmercosur.blogspot.com/

Reze pelo Haiti... por Honduras... por nosotros.. por nosotros...

Em recente artigo publicado na Revista Carta Capital (http://www.cartacapital.com.br/, de 29/09/09), o colunista Luís Carlos Lopes falou sobre a questão hondurenha e o futuro das Américas. Lopes dizia que "O caso de Honduras traz a memória de tantos golpes de Estado e de governos ditatoriais, comuns na América Latina, entre as décadas de 1960 e 1980. A América Central, onde fica este pequeno país, foi afogada em sangue, miséria e ignorância, a partir de episódios similares. Nenhuma ditadura trouxe a paz e a conciliação, baseada em algum nível de justiça social. Nesta região, elas geraram incruentas guerras civis revolucionárias, respondidas a política de terror de Estado, baseadas no controle da opinião, na tortura e em execuções sumárias. A ordem e a normalidade constitucional pretensamente pretendida pelos ditadores, sempre significaram um poço sem fundo, um mundo sem solução."
Se não lembrarmos do Haiti ou de Honduras, verificaremos que os países da América Latina, com a mão forte de seus líderes ou não, vive, cada um a sua maneira, a sua própria "ditadura", seja ela denominada por seus comandantes como democráticas, socialistas... atas... itas..., ou não.
Relendo o artigo de Lopes, lembrei do Brasil... do Brasil... Si.. queremos paz... Yes, We Can?... Maybe!
Se Bolivar, nos idos de 1819, quando discursava no Congresso de Angostura, já lembrava que "temos sido dominados mais pelo engano do que pela força", nuestros comandantes insistem no engano e, muito mais, na fuerza!
O quadro não mudou... e nós, pesquisadores da Literatura, da História, das Ciências Sociais, antropólogos, entre tantos... precisamos estar unidos e alertas, uma vez que os filhotes das velhas raposas, infelizmente, não nos deixam dormir em paz.

O Haiti - Com Caetano Veloso.. para lembrarmos o Haiti dentro de nós mesmos

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Intelectual Eduardo Devés publica novo livro.

Cristian Parker, Director del Instituto de Estudios Avanzados de la Universidad de Santiago de Chile (IDEA-USACH), Leonardo Jeffs, Director del Instituto de Historia y Ciencias Sociales de la Universidad de Valparaíso y Manuel Loyola Director de Editorial ARIADNA, tienen el agrado de invitar a usted a la presentación del libro Las ciencias económico-sociales latinoamericanas en África Sudsahariana de los investigadores Eduardo Devés y César Ross.
En esta ocasión harán una breve intervención l@s profeso@s Carmen Norambuena, María Montt, Daiana Nascimento dos Santos, José Santos y por la editorial Manuel Loyola, además de uno de los autores.

La presentación se realizará el día jueves 22 de octubre en la sede de IDEA-USACH, en Román Díaz 89 a las 18.30 horas (metros Manuel Montt y Salvador), Santiago - Chile.

DialogosenMercosur

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

SIMPOSIO: PAMPA, FRONTEIRAS E COMARCAS LITERÁRIAS EM AMÉRICA LATINA

Pré-CONVOCATORIA SIMPOSIO:

PAMPA, FRONTEIRAS E COMARCAS LITERÁRIAS EM AMÉRICA LATINA (*)

II CONGRESO CIENCIAS, TECNOLOGÍAS Y CULTURAS.
Diálogo entre las disciplinas del conocimiento. Mirando al futuro de América Latina y el Caribe

29 de octubre y el 1 de noviembre de 2010.
Santiago-Chile.

Se convoca a los académicos a presentar ponencias al simposio:

Pampa, Fronteiras e Comarcas Literárias em América Latina

Convocatória:::
No intuito de agregar as temáticas Pampa, Fronteiras e Comarcas Literárias na América Latina, este simpósio pretende discutir as questões relacionadas à porosidade fronteiriça, a diversidade de Comarcas, em especial àquelas sugeridas por Angel Rama, em solo latino americano e o pampa, este último como elemento de integração entre os países localizados mais ao sul do continente como a Argentina, Uruguai e Brasil, onde até hoje prevalece a lei da boa vizinhança e intercâmbios culturais e econômicos. Com este objetivo, pretende-se reunir a pluralidade de visões cuja ocorrência se dá em toda a extensão do continente latino americano, e dialogar sobre as questões que envolvem temas como alteridade, transculturação, mestiçagem, identidade, hibridismo cultural, processos de formação, temporalidades e histórias que expliquem a relação de cada cidadão com as diferenças existentes.

Coordinadores:::

Profa. Dra. Ligia Chiappini - USP/FU-Berlin - Brasil/Alemanha
Profa. Dra. Lúcia Rebello - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Brasil
Prof. Dndo. Carlos Túlio da Silva Medeiros - IFSul-USP / Brasil


Contacto::
Prof. Carlos Tulio da Silva Madeiros
Email:: ctulio@usp.br

(*) Considerando que a organização do Evento já publicou uma primeira divulgação de nosso Simpósio em sua página principal: www.internacionaldelconocimiento.org, tomamos a iniciativa de fazer um convite/Pré-chamada a todos os interessados para participarem do mesmo com apresentação de trabalhos, etc, bem como do Seminário aberto que estamos elaborando. Obrigado.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

FELIZ DIA DO (A) PROFESSOR (A)

15 de outubro
Dia do Professor

PARABÉNS A TODAS AS PESSOAS QUE
TEM O MAGISTÉRIO COMO CARREIRA!!

DialogosenMercosur

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Brasil 500!!!















Amigos, comemoramos hoje 500 visitas de nossos conterrâneos brasileiros. Os coordenadores do blog DialogosenMercosur agradecem a visita de todos nesse período de existência.

DialogosenMercosur

domingo, 11 de outubro de 2009

Dos canciones de Marina de La Riva...

Para alegrar la mañana del domingo y para no hablar sólo de la Revolución, dos canciones de una chica muy guapa y una intérprete espectacular llamada Marina de la Riva...



quarta-feira, 7 de outubro de 2009

DEBATE ABERTO: Estamos na América ou no continente Africano?

Honduras e o futuro das Américas

O professor Luís Carlos Lopes afirma em seu artigo no site da Revista online Carta maior que "Em Honduras, um passado que parecia superado voltou com força total. O pesadelo retornou, como um filme de terror de péssimo gosto. As técnicas são as mesmas de sempre. O governo golpista mente e mente contando com a benevolência das direitas mais raivosas das Américas.

O caso de Honduras traz a memória de tantos golpes de Estado e de governos ditatoriais, comuns na América Latina, entre as décadas de 1960 e 1980. A América Central, onde fica este pequeno país, foi afogada em sangue, miséria e ignorância, a partir de episódios similares. Nenhuma ditadura trouxe a paz e a conciliação, baseada em algum nível de justiça social. Nesta região, elas geraram incruentas guerras civis revolucionárias, respondidas a política de terror de Estado, baseadas no controle da opinião, na tortura e em execuções sumárias. A ordem e a normalidade constitucional pretensamente pretendida pelos ditadores, sempre significaram um poço sem fundo, um mundo sem solução.

O modelo costa-riquenho – o coração civil das Américas – foi desdenhado pelos verdadeiros sujeitos articuladores destes tipos de governo. O esquema é simples. As elites agro-exportadoras, os proprietários das terras e dos negócios, aliavam-se às incipientes burguesias locais e às frágeis classes médias. Iam ao poder garantindo pela força militar seus negócios e privilégios. Oprimiam a maioria, sem qualquer cerimônia, tal como no passado colonial espanhol.

As forças armadas funcionavam como instrumentos de políticas das mesmas elites, fundindo-se, tais como partidos políticos, às frentes da reação e do controle da população. Perdiam qualquer finalidade de defesa do país e se transformavam em gendarmes de controle da população. Aceitavam um papel subalterno e, dizendo-se patrióticas, defendiam de fato os patrões internos e externos. Os militares transformavam-se em grandes polícias fardadas especializadas em tentar conter qualquer tentativa de melhoria social ou de democratização, mesmo que formal.

Durante muito tempo, esta solução de força contou com o apoio norte-americano que, em algumas oportunidades, chegou a intervir militarmente na região. Os poderosos interesses econômicos e políticos-estratégicos norte-americanos, mormente depois do sucesso da revolução cubana, mas mesmo antes, fundamentaram um apoio irrestrito à opressão centro-americana.

Questões étnicas e culturais ajudaram a completar o quadro dantesco de uma região tributária das maravilhosas e antigas culturas indígenas americanas, sobretudo, da civilização maia. Ainda hoje, no caso hondurenho, vê-se que Zelaya é um mestiço de brancos com índios e Micheletti, pelo nome, figura e arrogância, é um membro das elites brancas originário de imigrações mais recentes. As imagens das ruas de Tegucigalpa mostram a real identidade étnica do país que deveria ser motivo de orgulho e não do desprezo conhecido que as elites brancas lhe devotam.

Em Honduras, um passado que parecia superado voltou com força total. O pesadelo retornou, como um filme de terror de péssimo gosto. As técnicas são as mesmas de sempre. O governo golpista mente e mente contando com a benevolência das direitas mais raivosas das Américas. No Brasil, elas estão em polvorosa. Viúvas e saudosos da ditadura deixaram cair a máscara, declarando que desejariam que o país não tivesse adotado a postura da defesa de Zelaya.

A política de Estado de Honduras é a dos militares, a da repressão e a da tentativa de controlar as massas que não foram reduzidas à nova ordem. Censura, prisões, mortes etc compõem o esforço destes fascistas de almanaque de impedir o retorno ao poder do presidente eleito.

A estratégia dos usurpadores do poder, agora chamados por parte das grandes mídias brasileiras de ‘governo interino’ é de tentar fazer eleições fraudulentas e controladas pela força das armas. Estas serviriam para legitimar o novo governo frente aos olhos internos e, sobretudo, buscando a aprovação norte-americana e européia. Eles querem criar a ilusão de democracias burguesas de araque, tal como existem, em outros países latino-americanos.

O problema é que a volta de Zelaya, contando com o apoio explícito do governo brasileiro, atrapalhou o planejado. Agora, ninguém sabe o que virá ocorrer. O controle estritamente militar das massas é tarefa difícil. Zelaya vem demonstrando coragem e, ao contrário do velho script latino-americano, não aceitou asilar-se e cuidar de sua própria vida.

Não é difícil recordar, guardando-se as proporções, da figura de Allende, resistindo até a última bala no Palácio La Moneda. De dentro da embaixada brasileira, protagonizando um episódio político e diplomático inédito, o presidente hondurenho continua a resistir e a propor ao seu povo a clássica desobediência civil. Pela primeira vez, o governo brasileiro honra com imensa dignidade seus compromissos com a normalidade democrática do conjunto das Américas.

Os Estados Unidos, ao contrário do passado, não se alinharam automaticamente. Obama não apóia e nem pensa em se meter diretamente na questão, em virtude dos problemas internos gerados pela crise econômica que o país vem enfrentando e por priorizar outros interesses geopolíticos, tal como a questão iraniana. Pela primeira vez, na história latino-americana, ao invés de apoiar um golpe de Estado, o governo brasileiro o condenou clara e abertamente na assembléia geral das Nações Unidas. Portanto, ainda não é possível saber o desfecho desta história. Todavia, desta vez o golpe e os golpistas, mesmo se vitoriosos, pagarão pelos seus atos, destoando do passado, onde facilmente se legitimavam.

(*)Luís Carlos Lopes é professor e autor do livro "Tv, poder e substância: a espiral da intriga", dentre outros
Carta Maior - 29-09-2009
www.cartamaior.com.br
___________

Num texto intitulado Revisando Velhas Pragas (2008), de autoria deste Editor, as primeiras linhas iniciam relembrando que "Em 1988, numa canção intitulada Check-up, nosso roqueiro mais famoso, Raul Seixas, cantava: “Acabei de dá um check-up geral na situação, o que me levou a reler Alice no país das maravilhas” (SEIXAS, 1988). [...]

[...] Não satisfeito com o que viu quando releu as “maravilhas” do mundo encantado de Alice e com o desejo de compreender o que acontecia em sua volta e poder relaxar, de fato, nosso rocker, ainda em frenesi, precisou tomar “um kilindrox, um discomell e outras pílulas banais”, uma vez que as aporias nesse reino misterioso aconteciam de maneira mirabolante. [...]

Parece que precisamos reler a obra de Charles Lutwidge Dodgson, ou Lewis Carroll, como também era conhecido, quiça re-tomar nosso kilindrox, nosso discomell ou outras pílulas banais...

As coisas não mudaram muito, especialmente quando lembramos o nosso "americanista brasileiro" Sílvio Júlio de Albuquerque Lima, que costumava ler a América Latina sempre como única... Traveller de carteirinha, reclamava do atraso intelectual dos países de nuestra América. Na obra Folclore e dialectologia do Brasil e Hispanoamérica (1974), quando comenta sobre o escritor colombiano Juan Rodríguez Freile, autor da obra El Carnero, crônica picaresca sobre a sociedade colonial da cidade de Bogotá, apresenta uma análise sobre o contexto da conjuntura latino-americana reafirmando que mesmo vivendo em pleno século XX, vivíamos um verdadeiro atraso intelectual, salvo algumas exceções (*).

Como já foi dito anteriomente, e, pelo que se nota, serão sempre reditas, as coisas não parecem ter mudado muito nos últimos cem anos. Quem manda no continente sul-americano é poder da baioneta... -neste momento, ou você pára e vai reler Alice no país das Maravilhas ou simplesmente lê os jornais - já vimos esse filme... nossos exilados políticos que o digam.
Para não irmos longe e concluir, repetimos as palavras do Prof. Flávio Aguiar (USP), que num texto célebre chamado A América Latina não existe, vem corroborar com o que sempre pregou Sílvio Júlio por tuda a sua vida:

"[Se a América latina não existe] Então, é necessário inventá-la. Antes de prosseguir, qualifiquemos estas frases. Quando digo que a América Latina não existe, quero dizer que ela é, na verdade, um projeto, um por fazer. Essa América Latina por fazer é, antes de tudo, um projeto cultural, e seu embrião é uma possível rede de trabalho intelectual que distinga raízes comuns e que estabeleça pontes de relação entre seus e com outros povos. [...] Não desprezo a questão econômica [...] não desprezo a questão política [...] Tudo isso é relevante, mas não é suficiente. A questão cultural é a decisiva. Sem sua consideração, não haverá aquele traço íntimo comum que permitirá a construção da verdadeira solidariedade na autodeterminação. Sem isso, a solução para aqueles graves problemas permanecerá emperrada. (AGUIAR, 2002, p. 65)"

Túlio Medeiros
Editor
DialogosenMercosur


(*)Medeiros, Carlos Túlio. A Literatura Sul-rio-grandense sob os olhos de Sílvio Júlio de Albuquerque Lima, dissertação de mestrado, UFRGS-RS, 2007.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Una canción con todos.. e para todos!

Canción Con Todos
Mercedes Sosa
Composição: Armando Tejada Gómez Y César Isella


Salgo a caminar
Por la cintura cósmica del sur
Piso en la región
Más vegetal del tiempo y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de América en mi piel
Y anda en mi sangre un río
Que libera en mi voz
Su caudal.

Sol de alto Perú
Rostro Bolivia, estaño y soledad
Un verde Brasil besa a mi Chile
Cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña América y total
Pura raíz de un grito
Destinado a crecer
Y a estallar.

Todas las voces, todas
Todas las manos, todas
Toda la sangre puede
Ser canción en el viento.

¡Canta conmigo, canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz!

Sílvio Júlio de Albuquerque Lima, nosso americanista brasileiro, já cantava no final de segunda década do século passado que "La América latina existe. Es una y única desde el Rio Grande hasta el Rio de la Plata. No hay diferencia fundamental alguna entre mejicanos y argentinos, o entre estos y los venezolanos, o entre estos y los peruanos. En idioma, en religión, en historia, en costumbres, en puntos de vista, en sentimientos, en gustos, en tradiciones, en todo, en todo, en todo, somos un solo pueblo, dividido apenas por fronteras políticas."
Sim, somos todos latinos... e fazemos parte de uma América Latina única... então, cantemos...Una canción con todos.. e para todos... !

Nuestra homenaje a Mercedes...

[...] o poeta fingi não saber o que já sabe...

...Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto...


Gracias A La Vida
Mercedes Sosa
Composição: Violeta Parra

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio dos luceros que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el oído que en todo su ancho
Graba noche y día grillos y canarios
Martirios, turbinas, ladridos, chubascos
Y la voz tan tierna de mi bien amado

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el sonido y el abecedario
Con él, las palabras que pienso y declaro
Madre, amigo, hermano
Y luz alumbrando la ruta del alma del que estoy amando

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la marcha de mis pies cansados
Con ellos anduve ciudades y charcos
Playas y desiertos, montañas y llanos
Y la casa tuya, tu calle y tu patio

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
Cuando miro el fondo de tus ojos claros

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto

Gracias a la vida, gracias a la vida

De presente... Canción de las simples cosas..